“Retiro
da pedra tudo aquilo que não é a escultura” (Michelangelo). Esse pensamento
leva a uma reflexão sobre a visão profunda que emana de um profissional pautado
no prazer em exercer seu ofício. Independente de qual seja sua profissão.
O
excelente professor também vê a educação com uma visão raios-X, acredita sempre
na possibilidade de extrair da matéria bruta uma perfeita “obra de arte”. No
entanto, retirar tudo aquilo que não é essencialmente cognição não é uma tarefa
tão fácil, pois, os resquícios estão impregnados de má gestão pública, e leis
obsoletas e ineficazes. Assim, duras demais para as ferramentas dispostas às
mãos dos mestres.
As
mazelas políticas em todo segmento social desfecha-se nas escolas. A partir
daí, esculpir a majestosa escultura transparente ao olhar do artista (professor),
torna-se uma missão que exige exaustão, uma vez que o produto (sistema) está
tão resistente quanto o grafeno.
Quanta
honra tem um educador em países que respeitam e valorizam a educação! Por aqui,
ainda que o docente tenha em sua essência a aptidão e prazer em ensinar, muitos
estão abandonando seu ofício. Michelangelo deixou grande parte de suas artes
inacabadas, para instigar os espectadores à mentalmente retirar os restos
daquilo que não às compõem, e imaginariamente concluí-las.
Infelizmente os professores sabem que o
sistema cegou e mutilou o cérebro da grande maioria dos espectadores da
educação brasileira, e que ao deixar sua obra *inacabada, a maioria nem
perceberá. Restando aos hipócritas manipuladores a ostentação diante dos
bravateados IDEBs e Projetos mascarados.
_* Inacabada no sentido de desistência do ofício,
porque a capacidade intelectual é inesgotável.
otimo texto professor
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