terça-feira, 22 de janeiro de 2013

MAGISTÉRIO: UM OFÍCIO DE BRAVURA.



“Retiro da pedra tudo aquilo que não é a escultura” (Michelangelo). Esse pensamento leva a uma reflexão sobre a visão profunda que emana de um profissional pautado no prazer em exercer seu ofício. Independente de qual seja sua profissão.
O excelente professor também vê a educação com uma visão raios-X, acredita sempre na possibilidade de extrair da matéria bruta uma perfeita “obra de arte”. No entanto, retirar tudo aquilo que não é essencialmente cognição não é uma tarefa tão fácil, pois, os resquícios estão impregnados de má gestão pública, e leis obsoletas e ineficazes. Assim, duras demais para as ferramentas dispostas às mãos dos mestres.
As mazelas políticas em todo segmento social desfecha-se nas escolas. A partir daí, esculpir a majestosa escultura transparente ao olhar do artista (professor), torna-se uma missão que exige exaustão, uma vez que o produto (sistema) está tão resistente quanto o grafeno.
Quanta honra tem um educador em países que respeitam e valorizam a educação! Por aqui, ainda que o docente tenha em sua essência a aptidão e prazer em ensinar, muitos estão abandonando seu ofício. Michelangelo deixou grande parte de suas artes inacabadas, para instigar os espectadores à mentalmente retirar os restos daquilo que não às compõem, e imaginariamente concluí-las.
 Infelizmente os professores sabem que o sistema cegou e mutilou o cérebro da grande maioria dos espectadores da educação brasileira, e que ao deixar sua obra *inacabada, a maioria nem perceberá. Restando aos hipócritas manipuladores a ostentação diante dos bravateados IDEBs e Projetos mascarados.
_* Inacabada no sentido de desistência do ofício, porque a capacidade intelectual é inesgotável.
 Autor: Madorne Vieira dos Santos
          


 

 

 

 

 

 

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